Eu acabei deixando de lado minhas tarefas da outra semana, mas consegui realizar o exame de sangue que era para realizar desde o começo do ano. Fiz o exame na sexta-feira, aproveitando a fraqueza que senti durante a semana e poderei saber se o cansaço tem a ver com alguma coisa do sangue. Por enquanto já percebi que não estou anêmica. A única coisa que tive além do cansaço foi uma pele muito amarela.
A matéria fala sobre o alemtuzumabe e teriflunomida e faz uma citação ao fingolimode.
Enfim, eis a notícia sobre os remédios:
Novos remédios
chegam ao Brasil com a promessa de aliviar a esclerose múltipla
Dois medicamentos aprovados este ano
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegam ao Brasil com a
promessa de revolucionar o tratamento da doença autoimune que ataca o sistema
nervoso central
Celina
Aquino Publicação:30/04/2014 11:00Atualização:30/04/2014 09:16
As
injeções podem deixar de fazer parte do dia a dia de pacientes com esclerose
múltipla. Dois medicamentos aprovados este ano pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) chegam ao Brasil com a promessa de revolucionar o
tratamento da doença autoimune que ataca o sistema nervoso central. O
alemtuzumabe, por exemplo, é administrado em apenas dois ciclos anuais de
aplicações intravenosas. Já o teriflunomida é mais um remédio via oral que se
junta ao arsenal terapêutico para melhorar a qualidade de vida de brasileiros,
geralmente entre 20 e 40 anos, que recebem o temido diagnóstico.
A esclerose múltipla provoca a destruição da mielina, envoltório dos neurônios que ajuda na condução dos impulsos nervosos responsáveis por estímulos visuais, sensitivos e motores, principalmente. Dependendo da área atingida, surge, temporariamente, perda de visão, dormência e comprometimento da coordenação motora. A neurologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Soniza Vieira Alves Leon, explica que os tratamentos são indicados para impedir o surgimento de novas lesões, diminuir a frequência dos surtos (momentos de maior agressão à mielina) e interferir na progressão da doença, que pode levar a um déficit neurológico sem recuperação. “A medicação oral veio para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Como acomete jovens, quem recebe o diagnóstico não quer ter que injetar todo dia a medicação, pelo resto da vida”, comenta.
A esclerose múltipla provoca a destruição da mielina, envoltório dos neurônios que ajuda na condução dos impulsos nervosos responsáveis por estímulos visuais, sensitivos e motores, principalmente. Dependendo da área atingida, surge, temporariamente, perda de visão, dormência e comprometimento da coordenação motora. A neurologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Soniza Vieira Alves Leon, explica que os tratamentos são indicados para impedir o surgimento de novas lesões, diminuir a frequência dos surtos (momentos de maior agressão à mielina) e interferir na progressão da doença, que pode levar a um déficit neurológico sem recuperação. “A medicação oral veio para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Como acomete jovens, quem recebe o diagnóstico não quer ter que injetar todo dia a medicação, pelo resto da vida”, comenta.
O incômodo de tomar as
injeções, sejam intramusculares, subcutâneas ou endovenosas (por meio de soro),
não é a única queixa. Soniza acrescenta que os medicamentos injetáveis estão
relacionados a efeitos colaterais como dor muscular, febre, pressão no peito e
dor de cabeça. Alguns pacientes não conseguem se levantar da cama depois de
receber a dose. Por isso, a especialista da UFRJ considera uma revolução o uso
de medicações orais. Os comprimidos, ingeridos uma vez ao dia, provocam menos
reações adversas.
De uso contínuo, o teriflunomida é mais indicado para iniciar o tratamento da esclerose múltipla. Apesar do conforto indiscutível do medicamento oral, a neurologista informa que nem todos os pacientes podem ser tratados com a substância. É preciso avaliar fatores de risco, com investigação cardiovascular, exame de fundo de olho e chance de infecção pelo vírus da herpes-zóster, para prescrever o remédio. Homens e mulheres medicados com o teriflunomida devem usar métodos contraceptivos eficazes para evitar uma gravidez. Além disso, vacinas de vírus vivos estão proibidas durante o tratamento, porque podem gerar disfunção imunológica. “Os pacientes não podem relaxar porque tomam o comprimido. Eles são orientados a não deixar de se consultar e repetir em três meses os exames”, alerta Soniza.
DESÂNIMO E DOR DE CABEÇA
“Tomava injeção três vezes por semana. No dia seguinte não conseguia fazer nada. Caía na cama com dor de cabeça e desânimo”, relembra a aposentada Cibele Itaboray Frade, de 40 anos, casada e mãe de dois filhos, diagnosticada com esclerose múltipla em 2002. Depois de muito sofrer, ela resolveu apostar na reposição de vitamina D (estudos mostram que o nutriente auxilia o sistema imunológico, apesar de não tratar isoladamente a doença) e conta que há cinco anos não passa por surtos, que já resultaram em perda de visão, perda de força nos braços, falta de sensibilidade da cintura para baixo e perda da memória recente.
De uso contínuo, o teriflunomida é mais indicado para iniciar o tratamento da esclerose múltipla. Apesar do conforto indiscutível do medicamento oral, a neurologista informa que nem todos os pacientes podem ser tratados com a substância. É preciso avaliar fatores de risco, com investigação cardiovascular, exame de fundo de olho e chance de infecção pelo vírus da herpes-zóster, para prescrever o remédio. Homens e mulheres medicados com o teriflunomida devem usar métodos contraceptivos eficazes para evitar uma gravidez. Além disso, vacinas de vírus vivos estão proibidas durante o tratamento, porque podem gerar disfunção imunológica. “Os pacientes não podem relaxar porque tomam o comprimido. Eles são orientados a não deixar de se consultar e repetir em três meses os exames”, alerta Soniza.
DESÂNIMO E DOR DE CABEÇA
“Tomava injeção três vezes por semana. No dia seguinte não conseguia fazer nada. Caía na cama com dor de cabeça e desânimo”, relembra a aposentada Cibele Itaboray Frade, de 40 anos, casada e mãe de dois filhos, diagnosticada com esclerose múltipla em 2002. Depois de muito sofrer, ela resolveu apostar na reposição de vitamina D (estudos mostram que o nutriente auxilia o sistema imunológico, apesar de não tratar isoladamente a doença) e conta que há cinco anos não passa por surtos, que já resultaram em perda de visão, perda de força nos braços, falta de sensibilidade da cintura para baixo e perda da memória recente.
Aos
40 anos, Cibele Itaboray é aposentada. Diagnosticada com a doença em 2002,
apostou na reposição de vitamina D e conta que há cinco anos não passa por
surtos. Hoje presidente da Associação Mineira de Apoio a Portadores de Esclerose
Múltipla (Amapem), Cibele não ficou com nenhuma sequela. Ela caminha todos os
dias com o cachorro. “Não tenham medo de se informar, pois os tratamentos estão
cada vez melhores. A vida continua, e muito bem.”
Busca por estabilidade do paciente
Aprovado pela Anvisa em 2011, o primeiro medicamento oral que chegou ao Brasil é usado por 70 mil pessoas em todo o mundo. Em Santa Maria, cidade no interior do Rio Grande do Sul, 64 pacientes são tratados com a medicação desde agosto passado. “Todos os pacientes tiveram bons resultados, alguns voltaram a andar e estão felizes porque não usam mais os injetáveis. O fingolimode gera maior aderência ao tratamento, pois melhora o movimento, a disposição, não provoca dor nem efeito colateral”, conta o neurologista Juarez Lopes, diretor médico da Associação dos Portadores de Esclerose Múltipla de Santa Maria e Região (Apemsmar). A única reação indesejada, não observada nos gaúchos, pode ser a bradicardia (diminuição da frequência cardíaca) nas primeiras seis horas depois da primeira dose.
O fingolimode costuma ser a melhor alternativa quando houver falha terapêutica com os medicamentos injetáveis. A grande vantagem, na visão de Lopes, é que o remédio protege o cérebro, evitando a atrofia (a esclerose múltipla pode levar à perda de memória). “Não adianta nada o paciente não ter surto e ficar esquecido. Tenho pacientes médicos, empresários, bancários e advogados que trabalham normalmente e levam vida normal”, tranquiliza o neurologista. Ainda não se vislumbra a cura, mas o médico comemora o avanço no tratamento. Em breve, será lançada uma medicação útil para casos em que a doença resultou em paralisia. O comprimido melhora a velocidade de condução dos impulsos nervosos pelos neurônios, fazendo com que o paciente volte a caminhar.
Os medicamentos injetáveis, que começaram a ser usados no Brasil há cerca de 20 anos, foram as primeiras opções de tratamento para a esclerose múltipla. Antes deles, os pacientes acumulavam sequelas. Agora o desafio é oferecer drogas mais efetivas e com maior comodidade. “As novas medicações conseguem controlar melhor o processo inflamatório da doença e proteger o sistema nervoso central para que não haja sequelas. Embora não sejam a cura, resultam em maior assertividade e vida melhor para o paciente”, pontua a neurologista do Hospital da Restauração do Recife Maria Lucia Brito, que participou com dois pacientes do estudo iniciado há quatro anos para avaliar a eficácia do alemtuzumabe.
DOIS CICLOS
Diferente de tudo que existe disponível para tratar a esclerose múltipla, o remédio é administrado em dois ciclos anuais de injeções intravenosas. O paciente toma cinco doses em dias consecutivos, no primeiro ano e 12 meses depois as aplicações são oferecidas em três dias seguidos. Um novo ciclo pode ser necessário caso ocorra um surto que justifique o uso da medicação, mas o acompanhamento é para o resto da vida. Sabe-se que os efeitos colaterais a longo prazo estão ligados a alterações na tireoide e infecções virais. “Temos que pensar em pacientes como indivíduos que podem ou não responder ao remédio, por isso precisamos ter mais opções no arsenal terapêutico”, comenta Maria Lucia, que espera a entrada do alemtuzumabe no Sistema Único de Saúde (SUS).
Busca por estabilidade do paciente
Aprovado pela Anvisa em 2011, o primeiro medicamento oral que chegou ao Brasil é usado por 70 mil pessoas em todo o mundo. Em Santa Maria, cidade no interior do Rio Grande do Sul, 64 pacientes são tratados com a medicação desde agosto passado. “Todos os pacientes tiveram bons resultados, alguns voltaram a andar e estão felizes porque não usam mais os injetáveis. O fingolimode gera maior aderência ao tratamento, pois melhora o movimento, a disposição, não provoca dor nem efeito colateral”, conta o neurologista Juarez Lopes, diretor médico da Associação dos Portadores de Esclerose Múltipla de Santa Maria e Região (Apemsmar). A única reação indesejada, não observada nos gaúchos, pode ser a bradicardia (diminuição da frequência cardíaca) nas primeiras seis horas depois da primeira dose.
O fingolimode costuma ser a melhor alternativa quando houver falha terapêutica com os medicamentos injetáveis. A grande vantagem, na visão de Lopes, é que o remédio protege o cérebro, evitando a atrofia (a esclerose múltipla pode levar à perda de memória). “Não adianta nada o paciente não ter surto e ficar esquecido. Tenho pacientes médicos, empresários, bancários e advogados que trabalham normalmente e levam vida normal”, tranquiliza o neurologista. Ainda não se vislumbra a cura, mas o médico comemora o avanço no tratamento. Em breve, será lançada uma medicação útil para casos em que a doença resultou em paralisia. O comprimido melhora a velocidade de condução dos impulsos nervosos pelos neurônios, fazendo com que o paciente volte a caminhar.
Os medicamentos injetáveis, que começaram a ser usados no Brasil há cerca de 20 anos, foram as primeiras opções de tratamento para a esclerose múltipla. Antes deles, os pacientes acumulavam sequelas. Agora o desafio é oferecer drogas mais efetivas e com maior comodidade. “As novas medicações conseguem controlar melhor o processo inflamatório da doença e proteger o sistema nervoso central para que não haja sequelas. Embora não sejam a cura, resultam em maior assertividade e vida melhor para o paciente”, pontua a neurologista do Hospital da Restauração do Recife Maria Lucia Brito, que participou com dois pacientes do estudo iniciado há quatro anos para avaliar a eficácia do alemtuzumabe.
DOIS CICLOS
Diferente de tudo que existe disponível para tratar a esclerose múltipla, o remédio é administrado em dois ciclos anuais de injeções intravenosas. O paciente toma cinco doses em dias consecutivos, no primeiro ano e 12 meses depois as aplicações são oferecidas em três dias seguidos. Um novo ciclo pode ser necessário caso ocorra um surto que justifique o uso da medicação, mas o acompanhamento é para o resto da vida. Sabe-se que os efeitos colaterais a longo prazo estão ligados a alterações na tireoide e infecções virais. “Temos que pensar em pacientes como indivíduos que podem ou não responder ao remédio, por isso precisamos ter mais opções no arsenal terapêutico”, comenta Maria Lucia, que espera a entrada do alemtuzumabe no Sistema Único de Saúde (SUS).
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