Pegando emprestado uma frase de um chargista com esclerose múltipla ("criança sonha voar, eu sonho correr") e o título de uma música (Noites Traiçoeiras), quero dizer que estou vivendo dias estranhos. Não são ruins, não são bons, são apenas... estranhos.
Dias em que estou feliz por estar costurando tanto, por minha memória estar melhor e por conseguir fazer duas matérias, o espanhol e a costura. Mas dias em que estou chateada comigo mesma por não conseguir sequer ir ao banco ou ao mercado, por me sentir cansada demais para ficar acordada 16 horas todos os dias. Ou que não consigo dormir (porque abaixo).
Dias em que minha coluna dói demais, que não adianta fazer alongamentos demais, pois posso criar uma lesão nos músculos, dias que penso que não consigo fazer mais exercícios do que estou fazendo e me sinto preguiçosa por isto, pois estou andando cada vez menos. Dias que me sinto fraca, apesar de ser muito forte por aguentar tudo que tenho que aguentar, inclusive o peso da gravidade.
Dias que sinto muito frio para logo em seguida sentir muito calor e muito frio novamente.
Às vezes eu sonho em correr, como o chargista, imagino que estou correndo de um bairro a outro, correndo na orla da praia, como fazem alguns cariocas, correndo ao redor do Maracanã, correndo até o mercado (que eu não vou), ou correndo até a academia (que eu não faço).
Às vezes eu acho que estou vivendo noites traiçoeiras, que é quando eu penso mais no meu fracasso do que na minha vitória; que penso mais no quanto eu poderia fazer, do que no quanto tenho feito.
Por enquanto o que me incomoda mesmo é a dor na coluna, que dói em qualquer posição, sentada, deitada, andando ou parada.
Não quero parecer chata que só sabe reclamar, mas tem dias que preciso.
Muito interessante a história do chargista esclerosado, Rafael Corrêa. No UOL tem uma matéria recente sobre ele.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
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