Tenho feito 3 cursos por semana e um deles eu ando rápido durante 20 minutos para chegar.
Ultimamente eu estava cansada e sem ar, com dor no peito, sentindo que precisava de férias. O meu curso de costura foi de janeiro a janeiro só com um descanso de fim de ano e carnaval.
Na madrugada de domingo, dia 15 de maio, comecei a sentir umas fisgadas no coração e comecei a ficar sem ar. Eu respirava mas sentia que não funcionava. Abri as janelas e estava bem frio.
De repente comecei a sentir também dormências nas mãos e pés, além de nos braços e pernas e decidi que não dava mais para esperar, eu precisava ir com urgência para o hospital.
Urgente, é uma emergência: Comecei a gritar para meu irmão me ouvir, pois ele estava de fone de ouvido e não me ouvia chamá-lo. Então meu pai ouviu minha gritaria, eu estava no quarto decidindo o que levar para o hospital e pensando em tomar banho, quando minha consciência disse: "Lorena, você está quase tendo um infarto", "Vá para o hospital agora, vá de pijama mesmo".
Em poucos instantes, meu pai me carregou no colo, eu estava quase desmaiando, ele me levou até o elevador e descemos para pegar um táxi. Minha mãe só teve tempo de colocar a primeira roupa que viu, pegar a bolsa e partir. Eu levei minha bolsa com documentos,
mas nada disso importava.
Cheguei no hospital que é bem perto daqui, fui direto para a emergência, onde me colocaram na maca, furaram minha veia para colocar soro, me deram uma máscara de oxigênio e colocaram eletrodos em mim para fazer o eletrocardiograma, o ECG.
Eu estava muito nervosa, tentava respirar pela boca e pelo nariz, mas a respiração estava cheia de chiados e parecia que de nada adiantava respirar, nem com a máscara de oxigênio. Comecei a ter espasmos musculares nos braços e pernas e a dormência só aumentava. Fiquei me perguntando se aquilo não era surto de esclerose múltipla, mas a minha RM apontaria que não.
Eu havia feito exame de Ressonância Magnética há pouco tempo, além de exame de sangue e parecia tudo certo. Além disso, já havia feito Holter e ECG em 2013 e estava tudo bem. Em 2016 eu estava sem ânimo e estressada, além de muito ansiosa, mas não havia tido um "piripaque" ainda.
Pedi ao meu pai que ligasse para minha neurologista, isto às 5:30 da madrugada, para que ela auxiliasse aos médicos sobre o que fazer, mas àquela altura o rapaz já tinha aplicado hidrocortisona na veia e eu pude respirar tranquila, quer dizer, fui me tranquilizando aos poucos.
Internação: A equipe do hospital decidiu que eu deveria ficar internada na CTI, para ficar em observação por, pelo menos, 48 horas. Eu chorava e chorava, antes eu sentia muita dor, mas parece que a dor foi passando depois que o rapaz aplicou a hidrocortisona. Eu achava que ía morrer.
Fiquei internada de domingo até terça-feira, foi bom, pois pude pensar em várias coisas da minha vida, além de não precisar me preocupar com os cursos, com a limpeza da casa e outras dificuldades.
A equipe de enfermeiras me alimentava, me dava banho e a todo momento perguntavam se eu estava bem. Fiquei conectada a vários aparelhos: um que media minha pressão de hora em hora; um que media os batimentos cardíacos; um soro onde injetavam remédio sempre que eu sentia algo estranho; enfim, eu estava presa aos aparelhos e oficialmente internada. Tive alta na terça-feira, dia 17.
Pensei na minha infância, adolescência, nos meus primos, família em geral, amigos que tive na infância e adolescência, nas pessoas que estão sempre comigo, ou seja, meus pais, irmãos e namorado, além da minha madrinha. Pensei nos erros que cometi, nos planos que eu não conseguia fazer e pensei no que realmente importava na minha vida.
quinta-feira, 19 de maio de 2016
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